Livro: "Pequenas Grandes Mentiras", de Liane Moriarty
Se há uns dias atrás vos apresentei um livro que acredito estar perto da perfeição, hoje apresento-vos um que acredito que alcançou a perfeição. Não mudaria um parágrafo neste livro. Tudo está escrito da maneira certa na parte certa. Um enredo com histórias entrelaçadas, que são capazes de nos cortar a respiração. Um mistério que nos atormenta desde a primeira página. Pois à medida que nos vamos apaixonando por estas personagens tão extraordinárias, vamos percebendo que houve um crime, um crime em que uma das personagens morreu, e que outra das personagens foi a responsável pela sua morte. Quando damos por isso, já estamos completamente cativados e apaixonados por estas mulheres tão humanas, complexas e reais que não queremos chegar ao fim do livro com medo de descobrir que talvez a vítima mortal tenha sido uma delas. Talvez a pessoa responsável pelo crime tenha sido uma delas. Começamos a sentir a angústia. A vontade de descobrir e o medo de descobrir, em igual dose. Este livro é perfeito. Para mim pelo menos.
Este livro originou uma mini série de televisão com 7 episódios em 2017, com um elenco de luxo: Nicole Kidman, Reese Witherspoon, Shailene Woodley, Laura Dern, Alexander Skarsgård, entre outros. A série arrecadou uma data de Globos de Ouro e outros prémios. E na minha opinião foi tudo mais que merecido. Tal como o livro, a série é perfeita. Completamente sem falhas, e as interpretações das atrizes principais são suberbas. É sem dúvida uma das melhores adaptações livro/série ou filme que já tive o privilégio de ler e assistir.
Este livro foi sem dúvida uma experiência. Avassaladora mesmo! No bom sentido! Li-o num ápice, nem dava por mim a virar as páginas. Quando soube que iam fazer uma série, ainda por cima com atrizes de topo que adoro, primeiro fiquei entusiasmada, depois um pouco receosa. Receosa que não fizessem um bom trabalho a adaptar um dos melhores livros que li na vida. Mas não, mantiveram a perfeição. Que bom.
Então, com isto tudo já perceberam que recomendo. A quem gosta de ler, claro que recomendo o livro. A quem não gosta de ler, têm sempre a série para conhecer as histórias destas mulheres tão impressionantes e bem estruturadas, que se vão esquecer que é ficção.
Descobri esta autora em 2016, e li três livros dela de seguida. São os três excecionalmente bons, mas este é o meu preferido.
Custa-me ver pessoas de quem eu gosto tristes. Custa-me muito. Mas o que mais me custa é ver e saber que há pessoas que "colocam" inteiramente a sua felicidade e o seu bem estar nas mãos e vontade de outras pessoas. É certo que precisamos de pessoas à nossa volta para ser MAIS felizes, mas a primeira pessoa de quem depende a nossa felicidade e o nosso bem estar, temos que ser NÓS PRÓPRIOS. Os outros têm que ser um acréscimo, uma ajuda secundária. Nós guardamos a nossa comida no frigorífico do vizinho? Guardamos a nossa roupa no armário da nossa melhor amiga? Não! Então porquê colocar a nossa felicidade e o nosso bem estar inteiramente nas mãos de outra pessoa?? Não! A nossa comida no nosso frigorífico, a nossa roupa no nosso armário, e a nossa felicidade nas nossas mãos! É algo muito precioso! E temos que a guardar, alimentar, proteger e defender com unhas e dentes!
Chorar, perder o gosto pela vida, desistir... Por quem não merece? Por quem não nos dá valor? Não, não consigo entender. Quero ser sensível e compreensiva em relação ao assunto, mas não consigo. Há quem não me entenda a mim, e há coisas que sou eu que não entendo.
Lembrem-se que vocês tem que gostar de vocês próprios mais do que qualquer outra pessoa. Querer que alguém goste de vocês mais do que vocês próprios, é insensato e irrealista.
Quando me mudei para a Praia, conheci muita gente. Entre esta muita gente conheci um grande amigo do meu Pai, o Carlos. O Carlos tem 76 anos, e por este motivo sozinho, apenas por questão de lógica e daquilo que nos ensinaram que faz sentido, tinha que tratar este senhor por "você". Um senhor de 76 anos que acabei de conhecer? Seria um atentado à integridade não o fazer! Ora eu não o fiz. Não fui capaz. Entre copos de vinho, conversas, risos e gargalhadas, nem dei por isso que estava a tratá-lo por "tu". Aconteceu, sabem quando uma conversa está tão agradável que tudo o que se diz e faz apenas flui? Pois foi assim... Um dia mais tarde, resolvi perguntar-lhe se o incomodava de alguma maneira que eu o tratasse por "tu", tendo ele idade para ser meu avô e uma vez que nos conhecíamos há muito pouco tempo. Nunca se sabe não é? E nunca se perde nada em perguntar. Ele respondeu que ficaria triste se eu o tratasse de outra maneira!
Ora agora a minha opinião sobre este tópico, e como sempre gosto de reforçar isto, esta é apenas a minha simples e humilde opinião:
Nem o "tu" nem o "você" definem o respeito que se tem pela pessoa. Podem sim definir a confiança e o conforto que se sente em relação àquela pessoa. Também não acho que tenha a ver com educação. Continuo a achar que tem a ver com o conforto e a confiança. E também com o hábito. Respeito o Carlos como respeitei qualquer um dos meus avós, no entanto, fui habituada a tratar os meus avós por você, o que não aconteceu com o Carlos, e assim entrou o meu instinto e livre arbítrio, que me levou a tratá-lo por tu. Nunca a falta de respeito, NUNCA! Neste um ano e nove meses a viver na Praia das Maçãs, o Carlos tornou-se no melhor amigo que aqui fiz. A idade é só um número e não quero saber desse número para nada. Os únicos números que eu queria saber são os da chave do Euromilhões, a futura claro! As passadas são mais números que não me interessam para nada! :p
Sem me querer alongar mais sobre este assunto, tratem-me como quiserem, dirijam-se a mim como quiserem, como se sentirem mais confortáveis, mas tem mesmo só a ver convosco, para mim é-me completamente indiferente. Desde que não me tratem mal e que se dirijam a mim numa de bem e com respeito (se acharem que eu mereço), o resto não me interessa mesmo. Está tudo bem. E vai continuar tudo bem. )
Boa noite a todos! Energia positiva e sorrisos sinceros.
💛
NA FOTO: Eu e o meu amigo Carlos depois de eu voltar da Califórnia. Ele deu-me 20€ para lhe trazer um chapéu, e eu assim fiz, é o chapéu da foto.